sábado, 18 de dezembro de 2010

Ne me quitte pas.

Era fim de tarde quando adormeci. Perdida na psicodélia dos sonhos, parei em uma imagem. Era um quarto de cor nublada, um música ambiente ao fundo, a cama perdida no meio daquele vão com lençóis brancos e emaranhados, e por cima deles dois corpos entrelaçados como existisse um só. Encostava meu rosto em seu peito e te contava histórias banais, aquelas que você nem sequer prestava atenção, mas só em saber que balançava a cabeça pra fingir que me ouvia, e que não tinha se perdido no assunto, valia pra mim. E todos aqueles sorrisos tortos e a forma que passava a mão na minha cabeça, de forma a tentar proteger meus pensamentos, para que eu não me ludibriasse com tais. Não havia amor ali, não da parte dele, era só uma forma de agradecer por eu estar sempre ali, sempre pra ele, de todas as formas. O que me fez despertar? Seu cheiro impregnado em mim, era cheiro de ilusão.

2 comentários:

  1. Nossa, me envolvo com esse tipo de história. E sofro - mas só por alguns instantes - quando vejo semelhança.

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